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Chega de desordem

No último final de semana, tivemos no Rio de Janeiro o triste episódio em que vândalos destruíram o bairro de Copacabana e a Polícia Militar sem ter muito o que fazer. Há quatro anos venho me dedicando plenamente à vida pública e, desde então, converso e participo de constantes reuniões com moradores do bairro, que sempre alegam seus descontentamento com esses grandes eventos.

Mas vamos buscar fazer uma limonada. As gestões municipais, queiram ou não, sempre acabam cedendo para a realização dos eventos, muitas vezes obtidas por liminares na Justiça. Os eventos são programados e organizados com meses de antecedência, por suas produtoras, com patrocínios privados milionários e não há nada de errado, até aí.

Mas no caso de Copacabana, o que o bairro ganhou além de vandalismo e prejuízos?

Deveria haver uma cláusula na permissão do evento em que uma porcentagem do patrocínio seja revertida no próprio bairro, de acordo com as necessidades locais e, além disso, outro ponto que, havendo depredação, seja em algo público ou particular, os organizadores serão os responsáveis. O custeio das equipes de segurança pública e conservação também deveria ser financiado pelos produtores.

Acredito que, com essas imposições, muitos organizadores e produtores dos grandes eventos começariam a pensar duas ou três vezes antes de fazer qualquer outro mega evento. Bem organizados serão sempre bem vindos, mas o prejuízo não pode ser do cidadão, do bairro e nem do governo.

14/01/2020

UBER: problema ou avanço?

De alguns anos para cá, o aplicativo de transporte “Uber” tem tomado as ruas no mundo. Pouco tempo depois, o Rio de Janeiro foi uma das primeiras cidades, no Brasil, a recebe-lo de braços abertos.

Em seu início, com aquelas grandes manifestações dos taxistas contra a legalização do aplicativo na cidade, o feitiço virou contra o feiticeiro e a população passou a apoiar ainda mais o transporte particular. Hoje em dia parece que tudo está normalizado, seja Uber, táxi ou outros aplicativos.

Entretanto, ao mesmo tempo que o Uber veio para baratear as corridas dos táxis, trazendo mais conforto, em sua maioria de vezes e oferecendo certos benefícios, como descontos surpresas, brindes de marcas parceiras e até a famosa bala e água, com o decorrer do tempo, vêm trazendo grandes dificuldades aos motoristas cariocas e aos usuários.

Até um certo tempo, cada motorista que entrava na empresa Uber devia apresentar diversos documentos que garantiam uma certa confiança entre os motoristas e passageiros, ademais, em seu começo, apenas entravam àqueles motoristas que eram “indicados” por outros motoristas. Dessa forma não seria facilitada a entrada de pessoas de má índole. Porém, o grande o problema hoje, na minha visão, é a desordem que parte dos motoristas estão criando nas ruas da cidade. Muitos vem de outros municípios para trabalhar sem conhecer o mínimo do Rio de Janeiro – e até mesmo motoristas cariocas, que por alguma razão não conhecem o suficiente do município – e acabam por ter que se guiarem por aplicativos que muitas vezes o fazem entrar em locais perigosos, colocando em risco a sua vida, o seu patrimônio e a vida dos passageiros.Sem contar os sucessivos erros de caminho, fazendo com que os tempos de espera da chegada do carro e tempo estimado de chegada nos destinos acabem sendo bem maiores do que o previsto.

Acredito que o Uber e demais aplicativos ainda podem ser de grande valia para a modernização dos serviços de transportes do Brasil e no mundo, mas ao mesmo tempo que eles querem ser o diferencial, é esperado que o serviço também não caia de qualidade. Como usuário frequente do aplicativo, creio que é necessário a retomada de um processo criterioso para admissão dos motoristas e, principalmente, uma prova e um curso para aprenderem o básico das principais regiões da cidade. Caso contrário, graves problemas podem vir a acontecer, o que não é o desejado por ninguém.

Artigo publicado originalmente no Instituto Millenium em 19 de junho de 2017

Um Rio de luto

Desde 1º de janeiro o Rio vem vivendo uma luta contra o luto diário. Infelizmente dezenas de policiais já foram vítimas do que eles procuram combater, a violência.

A população não deve ficar calada frente a tantos desastres na área de segurança pública. Devemos cobrar de nossas governantes soluções rápidas, porém, eficazes e permanentes. A UPP, por exemplo, teria sido uma ótima solução, se tivesse tido um acompanhamento social contínuo.

Em 2018 temos que colocar em pauta este tema junto à corrupção. Infelizmente, por conta dos graves desvios éticos, faltam recursos financeiros para aparelhar nossas polícias.

Se o Governador Pezão viesse a declarar três dias de luto por cada militar morto este ano, o resultado seria que já teríamos um ano completo de luto, já passando dos 365 dias.

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Muitos dirão que a solução deve partir exclusivamente dos atuais governantes. Mas não podemos nos esquecer e deixar passar a grande oportunidade que a democracia nos dá: ano que vem temos eleições e a oportunidade de mudar essa gestão que já se perdeu.

A guerra foi deflagrada. Agora cabe a nós acabar com ela e voltar aos tempos de paz.